A explosão que se pode aguardar da cantora Janelle Monáe durante os shows que fará no Brasil este mês, abrindo as apresentações da britânica Amy Winehouse, remete aos grandes momentos e personagens da dança americana. Além de ter uma voz potente, a cantora é ágil, leve e de passos marcantes. A tradição a que ela se filia, ao menos neste início de carreira, não é aquela dos megaespetáculos, das coreografias ultraensaiadas em que um time de bailarinos dá apoio à estrela - que tanto pode ser Madonna quanto Justin Timberlake ou Beyoncé. Trata-se, antes, da tradição que nasceu com os escravos americanos e os espetáculos de menestréis, combina James Brown com Fred Astaire e tem em seu coração o improviso (ou ao menos a ilusão do improviso).
Janelle Monáe - talvez porque ainda seja uma estreante - retoma a tradição do dançarino que é dono do seu próprio corpo. Faz pensar no primeiro Jackson, em Prince, em James Brown. Faz pensar até mesmo em Sammy Davis Jr. E desse retorno ao passado ela traz, paradoxalmente, uma lufada de renovação. Usando passos de danças de rua como o break ou clássicas como o sapateado e o swing, a cantora é um resgate sem arestas do que melhor produziu a dança americana moderna. A interpretação que dá a cada canção faz do seu show um pequeno espetáculo teatral.
Se todos os artistas fossem ousados como a americana Janelle Monáe, o mercado musical não estaria tão “mais do mesmo”. Sem nenhuma vergonha de fundir estilos que muitos considerariam completamente distintos entre si, Janelle já chamou a atenção em 2007, quando lançou seu primeiro álbum, chamado “Metropolis Suite I of IV: The Chase”, um delicioso mix de glam, funk, blues, hip hop e electro.
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